QUARTA CAPA ESCRITA PELO PSICANALISTA PEDRO HELIODORO TAVARES:
Por onde anda o Grande Outro em nossos dias? Estaria sumido, esquecido, atenuado, ignorado?
Criada e pensada há pouco mais de um século, a psicanálise freudiana se ancorava no modelo das neuroses, pautada na castração que impunha tanto a falta quanto o limite. Eis a lógica do desejo. Mas o que dizer de nossos tempos de exaltação da performance, do consumo e do gozo irrefreados? Seria o novo imperativo o de não reconhecer qualquer limite, transformando a percepção da interdição de outrora numa recusa a qualquer forma de restrição?
Se antes se tratava de um limite no poder como permissão, sendo sua transgressão geradora de culpa, quando o poder diz respeito à capacidade performática, sua insuficiência passa a gerar vergonha diante do fracasso.
Com tais questões e teses entre outras Vitor Werner nos brinda neste livro, uma obra que já nasce como um grande marco no pensamento sobre a contemporaneidade, seja para observarmos a atualidade da psicanálise na compreensão das novas formas de sofrimento, seja para propor possibilidades de direção no tratamento de um sujeito sob um novo paradigma.
Pedro Heliodoro Tavares – Psicanalista